Pessoas que perderam os movimentos do corpo podem voltar a andar
O neurocientista brasileiro Miguel Nicolelis, mais famoso cientista brasileiro no exterior, está à frente de uma importantíssima e inovadora pesquisa, que poderá, quando concretizada, fazer com que pessoas tetraplégicas voltem a andar.
Formado em medicina na Universidade de São Paulo em 1984, Nicolelis, que vive no exterior a mais de 20 anos, é líder de um ambicioso projeto chamado Walk Again Project, uma organização
internacional criada por uma equipe de cientistas brasileiros, americanos,
suíços e alemães, que visa restaurar a mobilidade do corpo para os pacientes
paraplégicos e tetraplégicos.
Com o estudo ainda em fase de testes, o neurocientista se mostra confiante, visto que ele vem alcançando bons resultados juntamente com sua equipe da Universidade de Duke, nos Estados Unidos e da Escola Politécnica de Lausanne, na Suíça. Eles implantaram chips em duas áreas do cérebro de uma macaca, que foram colocadas no córtex motor primário, responsável pela geração do sinal elétrico que cria movimentos nos braços, e no córtex somestésico, região vizinha, que recebe o retorno tátil enviado por sensores espalhados na pele.
Segundo Nicolelis, o governo americano investe por ano 430 milhões de dólares na Duke, em Chapel Hill, na Carolina do Norte (uma das principais universidades de medicina do mundo). No Brasil, apesar dos poucos incentivos à ciência, no campus da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, em Macaíba, a meia hora de Natal, está sendo construída a "Cidade do Cérebro". E parte das pesquisas do Walk Again estão sendo feitas por lá, no Instituto Internacional de Neurociências Edmond e Lily Safra. "O nosso maior parceiro é o Governo Federal, o Ministério da Ciência e Tecnologia, o Ministério da Educação e, de forma bem menor, o Ministério da Saúde, com ações que se iniciaram em 2003", revela Nicolelis em entrevista à Revista Brasileiros. Apesar dos esforços, ainda há muito para conseguir.
Nicolelis estuda há vários anos as chamadas interfaces cérebro-máquina, que permitem o controle de artefatos robóticos a partir de pulsos elétricos enviados pelo cérebro. Seu objetivo é fazer com que um jovem
paraplégico dê o pontapé inicial da Copa do Mundo, no dia 12 de junho de 2014, usando uma espécie de roupa de robô chamada de exoesqueleto (por ironia do destino, no futuro estádio do Corinthians). Segundo o neurocientista e palmeirense fanático, é uma meta um tanto complicada mas possível. Todos esperamos que esse gol de placa seja marcado pela ciência. Afinal, o mundo inteiro estará assistindo.
Com o estudo ainda em fase de testes, o neurocientista se mostra confiante, visto que ele vem alcançando bons resultados juntamente com sua equipe da Universidade de Duke, nos Estados Unidos e da Escola Politécnica de Lausanne, na Suíça. Eles implantaram chips em duas áreas do cérebro de uma macaca, que foram colocadas no córtex motor primário, responsável pela geração do sinal elétrico que cria movimentos nos braços, e no córtex somestésico, região vizinha, que recebe o retorno tátil enviado por sensores espalhados na pele.
Segundo registros, a primeira experiência de Nicolelis com primatas e robôs foi realizada em 2003, quando o neurocientista e seus colegas da Universidade de Duke treinaram o animal com um joystick e, aos poucos, foram retirando o controle e fizeram com que a atividade cerebral do animal movesse um braço mecânico instalado em outra cidade. Cinco anos depois, a macaca repetiu o feito. A equipe na Carolina do Norte, USA, conseguiu sincronizar sinais enviados pelo cérebro do animal que, em tempo real, movimentava um robô no Japão.
A interface cérebro-máquina (ICM), não é coisa de ficção científica como muitos pensam. Centenas de pessoas já usam versões comerciais de capacetes de eletrodos para digitar textos, jogar games ou selecionar opções numa tela usando a força do pensamento. Na Alemanha, o pesquisador mexicano da Universidade Livre de Berlim, Raúl Rojas, implantou eletrodos na cabeça de um voluntário que conseguiu controlar um carro com o poder da mente (Braindrive).
Implantes cocleares, um minúsculo dispositivo inserido entre o ouvido e o cérebro para recuperar a audição, são usados por mais de 200 mil pessoas pelo mundo. Um microfone capta os sons externos e os transforma em sinais elétricos. Tais impulsos estimulam as terminações nervosas do nervo auditivo e são entendidos pelo cérebro como som.
A pesquisa de Nicolelis segue firme para realizar esse feito incrível da ciência. O Neurocientista se diz um "homem de sonhos impossíveis". Torcemos para que este se realize. Mas atenção, vale ressaltar que o projeto não estará pronto na em 2014, será apenas uma demonstração de estudos que continuarão por anos.
Confira o vídeo abaixo da reportagem no Fantástico no dia 26 de fevereiro:
Caso não consiga assistir click aqui.
Fontes: Fantástico
Revista Brasileiros
Correio braziliense
Walk Again Project
Nenhum comentário:
Postar um comentário