quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Vant. Parece brincadeira, mas a coisa é séria

Aviões não tripulados vão além das barreiras humanas




Noite de réveillon. Algo no céu da Praia da Costa, em Vila Velha (ES- Brasil) intrigava as pessoas que por lá estavam para apreciar as comemorações da chegada de 2012. Um objeto voador cheio de luz, que por um tempo permaneceu não identificado, sobrevoava a praia fazendo acrobacias impressionantes e que chamavam a atenção de todos. Só foi possível a identificação quando o piloto fez uma aterrissagem.

Tratava-se de um miniavião com formato de asa delta, cheio de leds coloridos, comandado via controle remoto. Mas antes que alguém pense que não passava de um simples aeromodelo, antecipo: era muito mais que isto, era um VANT.

Foto divulgação: VIGIA AÉREO. O modelo Vant, criado por Abreu Júnior.

Para início de conversa, VANTs (Veículo Aéreo Não Tripulado) também conhecidos como UAV em Inglês (Unmanded Aerial Vehicle), , são, na realidade, um conjunto integrado de equipamentos, incluindo célula, piloto automático, link de comando e controle e estação remota de pilotagem (ERP). O desenvolvimento de VANT foi a princípio idealizado para fins militares. Foram projetados e construídos para serem usados em missões muito perigosas para serem executadas por seres humanos, nas áreas de inteligência militar, apoio aéreo às tropas de infantaria e cavalaria no campo de batalha, atividades de patrulhamento urbano, costeiro, ambiental e de fronteiras, atividades de busca e resgate, entre outras. Entretanto mostraram-se tão úteis que, em poucos anos, seu uso tem-se estendido a diversos países com independência tecnológica e a capacidade necessária para fabricá-los.

Vant Gralha Azul, da empresa
Embravant.
O primeiro VANT de que se tem registro no Brasil foi o BQM1BR, fabricado pela extinta CBT (Companhia Brasileira de Tratores), de propulsão a jato. Este protótipo serviria como alvo aéreo e realizou um voo em 1983. Outro de que se tem conhecimento é o Gralha Azul, produzido pela Embravant. A aeronave possui mais de 4 metros de envergadura, com autonomia para até 3 horas de voo. Os dois primeiros protótipos do Gralha Azul realizaram vários ensaios em voo, operando com rádio-controle.

Projeto Arara (Aeronaves de Reconhecimento Autônomo
Remotamente e Assistida)


A partir do ano 2000, os VANTs para uso civil começaram a ganhar força no mercado. Foi quando surgiu o Projeto Arara (Aeronave de Reconhecimento Autônoma e Remotamente Assistida), desenvolvido pela empresa AGX Tecnologia, junto com o Instituto de Ciências Matemáticas e Computação da Universidade de São Paulo (ICMC-USP) e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). O projeto deu origem, em abril de 2005, ao primeiro VANT de asa fixa desenvolvido com tecnologia 100% brasileira.

Testes oficias veem sendo feitos pelo engenheiro Wanderley Abreu Júnior em seu Vant com 1,60m de envergadura e apenas 750g - modelo idêntico ao foi visto no ES. Entretanto, existem modelos maiores, com 3,5 kg e 20 kg. O design não é prioridade, mas isso não parece preocupar o engenheiro. Seu negócio não é fabricar as aeronaves, mas o sistema de câmeras e sensores infravermelhos que as transforma em robôs de vigilância e monitoramento de trânsito. O software do equipamento é preparado para identificar a placa de um carro roubado e fornecer sua localização à polícia. 

Formado em Engenharia Mecatrônica na PUC-Rio, e com pós no MIT, ele também trabalhou para a Agência Espacial Europeia em 2006, num projeto de criptografia para as redes da Otan. Na Agência, os pesquisadores eram estimulados a desenvolver projetos, daí surgiu a ideia de projetar aviões não tripulados de baixo custo, que decolou quando voltou ao Brasil, no final de 2007.

1. BATERIA > Suporta até 1h50 de voo. Nos maiores modelos, até 26 horas (usam gasolina e gerador).
2. TRANSMISSOR > No modelo de 20 kg, mantém comunicação num raio de até 40 km.
3. GPS > Ajuda a determinar a direção e a altitude do aparelho.
Foto: André Arruda
A maior aeronave do projeto do ex-hacker tem autonomia de até 26 horas de voo. Além de monitorar carros e tráfego, pode levar cargas para dispersão química, em voos planejados para jogar agrotóxicos em uma fazenda. Outra aplicação prevista é disparar gás de pimenta sobre multidões descontroladas. 

O projeto do brasileiro possui um grande diferencial em relação aos modelos fabricados em outros países; o custo. O menor e mais em conta custará cerca de R$25 mil. Para o avião médio, o preço inicial será de R$ 100 mil (sem dispersão química nem câmeras com infravermelho), enquanto o maior, algo em torno de R$1,2 milhão. Achou caro? Uma pechincha se comparado às versões militares como o caça Reaper, que custou US$ 10 milhões aos Estados Unidos. 

Provavelmente, o aeromodelo visto na praia pertencia à algum apaixonado que estaria exibindo seu brinquedo. Tantas eram as acrobacias, e tamanha a velocidade e ousadia que em uma delas, o piloto perdeu o controle e bateu na sacada de um prédio. Amador.




Fontes: storm security
             acirrando.blogspot
             galileu


Um comentário:

  1. o pior e voces acreditarem em alguma palavra sobre esse farsante chamado wanderley abreu jr , vulgo storm

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